domingo, 24 de novembro de 2013

Faculdade de Medicina argentina na fronteira com o Brasil é uma boa opção

Eu estava zapeando no Facebook, e encontrei uma discussão sobre estudar Medicina no exterior. Então, citaram a Fundação Hector Barceló, que tem uma Faculdade de Medicina na cidade de Santo Tomé, que faz fronteira com São Borja - Rio Grande do Sul. Parece que o curso tem até professores brasileiros, e é até mais voltado para o Brasil mesmo. Os estudantes escolhem ou morar no Brasil, ou na Argentina mesmo. Se morar no Brasil, em São Borja, tem vans que chegam em 20 minutos na faculdade. Eu achei uma boa, a mensalidade está em torno de 700 reais. Pesquisando, achei uma reportagem legal, e aqui vai para vocês:



Estudar Medicina ou Nutrição no exterior sem prestar vestibular e morar no Brasil a um custo muito baixo é uma possibilidade oferecida pela Facultad de Medicina da Fundación Hector Barceló.

Com sede em Santo Tomé, cidade na fronteira da Argentina com São Borja, no Brasil, a faculdade iniciou seu funcionamento há cinco anos, quando foi inaugurada a Ponte da Integração, entre São Borja e Santo Tomé.

A iniciativa foi do Instituto Universitário de Ciências de la Salud, que, percebendo a localização estratégica da pequena cidade, junto a uma ponte internacional, a 150 quilômetros do Paraguai e da capital da província de Missiones, resolveu abrir mais uma unidade com a possibilidade de atender também a estudantes brasileiros.

A Fundación Hector Barceló já tinha duas unidades em funcionamento: uma em Buenos Aires, autorizada em 1992, e outra em La Rioja, que começou a funcionar regularmente em 1994.

Além de Medicina, o instituto mantém cursos de Nutrição, Fonoaudiologia, Fisiatria, Psicologia, Instrumentação Cirúrgica, Análise de Sistemas de Informação Médica e o curso técnico em Análises Clínicas. A maioria deles funciona nas unidades de Buenos Aires e de La Rioja.

Em Santo Tomé existem somente os de Medicina, com duração de seis anos, e o de Nutrição, quatro anos.

Hoje, cinco anos depois de inaugurada, a escola tem cerca de 900 alunos, um terço dos quais é de brasileiros, vindos do mais diferentes Estados: Pará, Ceará, Paraná, São Paulo, Rio, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina e, é claro, Rio Grande do Sul, estado fronteiriço.

Para ingressar na instituição basta uma inscrição e o pagamento da taxa de matrícula, que é de 450 pesos (igual a R$ 450,00 no câmbio atual), além dos seguintes documentos: Carteira de Identidade, passaporte, atestado de saúde com todas as vacinas, histórico escolar e certificado de conclusão do ensino médio traduzido para o espanhol - a própria faculdade indica um tradutor para o serviço que custa aproximadamente R$ 150,00.

Até o ano passado foram feitas tratativas para que um dos hospitais-escola fosse no Brasil, mas houve resistência dos médicos de São Borja, que temiam a concorrência dos professores argentinos que dariam aulas.

Por isso, os alunos farão suas práticas no Hospital San Juan Bautista, de Santo Tomé, e no Hospital de Posadas, capital da Província de Missiones, distante 150 quilômetros.

Ao fazer a inscrição o aluno matricula-se no curso introdutório, de dois meses e meio. Nesse período, passa por um verdadeiro funil, que vai avaliar suas condições para seguir ou não a carreira médica.

Além das aulas de espanhol para os brasileiros e epistemologia e metodologia do estudo, eles são avaliados nas seguintes disciplinas eliminatórias: Biologia, Química, Bioquímica, Antropologia Médica, Anatomia e Fisiologia e Atenção Primária de Saúde.

Esta última faz com que os alunos ingressantes tenham contato com a realidade de saúde no hospital-escola e em postos de periferia. Eles acompanham os professores e o atendimento dos médicos.

Muitos desistem nessa etapa. Outros seguem e constroem uma carreira, como o brasileiro Alex Gomes Ribas, de Curitiba, que se formou na unidade de Buenos Aires e já clinica em Santo Tomé ao mesmo tempo em que dá aulas na faculdade. Agora, ele aguarda os trâmites para validar seu diploma no Brasil.

Estudantes atravessam a divisa todos os dias

Muitos brasileiros que estudam Medicina em Santo Tomé, na Argentina, moram na localidade. É o caso de Mohamad Aboul Ola Júnior, de 19 anos, de Bragança Paulista, que preferiu morar na Argentina para baratear ainda mais os custos e apreender mais facilmente o idioma.

Segundo ele, incluindo moradia, alimentação, transporte e a mensalidade da faculdade, gasta R$ 1.500,00 por mês. Se morasse no Brasil, aumentaria o gasto com transporte.

A maioria, entretanto, prefere morar na cidade brasileira de São Borja para sentir-se em casa. A distância é de apenas 10 quilômetros, percorridos em meia hora por causa dos trâmites de fronteira.

O pedágio para atravessar a ponte custa R$ 8 por dia; os estudantes organizam lotações em carros e dividem os custos.

O advogado Erick Siqueira Mattos, de 26 anos, de Angra dos Reis, tem um Passat e diariamente carrega quatro colegas para o outro lado. ‘Assim a gasolina e o pedágio ficam de graça para mim’, explica, lembrando que sempre sonhou estudar Medicina, mas não passava no vestibular. Quando soube das facilidades de acesso, mudou-se para São Borja.

Paulistas de Indaiatuba e filhas de um médico que estudou em Rosário, Santa Fé, as irmãs Gláucia Guise Ramos, de 22 anos, e Cláudia Guise Ramos, de 24, preferiram estudar em Santo Tomé pela possibilidade de morar no Brasil.

O vestibular difícil e os preços altos da educação no Brasil foram as motivações principais da maioria dos brasileiros que estudam na faculdade de Santo Tomé.

Eles esperam retornar ao Brasil quando revalidarem seus diplomas, mas alguns pensam até em ficar trabalhando naquele país.

Marco Antônio Dornelles, de 22 anos, conta que tentou quatro vezes o vestibular na Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mas não foi aprovado.

O que se constata é que a faculdade mantém um bom nível de ensino, oferece cursos de qualidade. Contudo, é preciso que o estudante brasileiro saiba que não há garantias de revalidação do diploma no Brasil, diplomas de ensino superior de países do Mercosul. Segundo o Ministério da Educação, as universidades têm autonomia para aceitar ou não os pedidos de quem estudou fora do País. Os formandos devem procurar uma universidade pública que tenha curso igual ou semelhante ao realizado e levar seus documentos autenticados pelo Consulado Brasileiro no país onde cursou o ensino superior. As universidades podem pedir pagamento de taxas ou provas para revalidar o diploma.

*O Estado de SP
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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Cursos de Medicina poderão ter testes a cada dois anos



O relator da Medida Provisória dos Mais Médicos, deputado federal Rogério Carvalho (PT-SE), incluiu no relatório a ser analisado pelo Congresso Nacional a realização de teste obrigatório de progresso dos estudantes durante o curso de Medicina.

Pela proposta, o aluno seria submetido a uma avaliação a cada dois anos e, na especialização, faria outras duas provas para avaliar o "ganho de competência." Carvalho afirmou que a medida foi incluída por sugestão da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e de uma comissão de especialistas.

Essa medida, no entanto, já havia sido lançada pelo governo. Em outubro de 2012, a avaliação foi pivô de uma disputa pública entre os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante. O ministro da Saúde anunciou a intenção da criação da avaliação, mas, poucas horas depois, foi desmentido, em nota, por Mercadante, que afirmou desconhecer a ideia.

Na defesa da proposta, Padilha argumentava que exames periódicos, feitos ao longo do curso, poderiam corrigir a tempo algumas distorções, algo que poderia trazer mais segurança aos estudantes. Atualmente, a avaliação é feita pela Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), por meio do Enade, uma prova nos 1.º e 6.º anos da graduação de Medicina. "A avaliação trará mais mecanismos para avaliar os cursos e corrigir problemas rapidamente, tão logo sejam identificados", disse o relator.

Impor avaliação aos universitários já é prática defendida pelas associações e conselhos. O "teste de progresso" serviria, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), para avaliar não apenas o aluno, mas também escolas. "Apoiamos integralmente essa medida", diz o presidente Florentino Cardoso.

Atualmente não existe padrão nem entre as faculdades nem entre os conselhos de Medicina quando o tema é avaliação dos estudantes. Para ele, os testes deveriam ainda definir se os formandos podem ou não praticar a Medicina, como ocorre com os formandos em Direito - submetidos à prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Atualmente, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) é o único que obriga os formandos a se submeterem a uma prova no fim do curso. Quem boicota pode ter dificuldades para obter o registro.

*A Tarde / Agência Senado

MEC divulga lista com 36 instituições que aderiram ao Revalida

Maioria das instituições que vão fazer parte do programa são do Nordeste.
Unesp, UFRJ e UNB estão entre as universidades que aderiram.


O Ministério da Educação divulgou nesta segunda-feira (30) a lista das instituições de ensino superior que aderiram ao Programa de Revalidação de Diplomas de Médico obtidos no exterior (Revalida) para o ano de 2013. No total, 36 instituições aderiram ao programa.

O Nordeste registrou o maior número de universidades, com 12. Em seguida estão: Sudeste com 8, Sul com 7, Norte com 5 e Centro-oeste com 4.

O Revalida é um exame nacional criado pelo Ministério de Educação que representa a porta de entrada tanto para estrangeiros quanto brasileiros que se formaram no exterior exercerem a medicina no Brasil. Ele é uma exigência para que o diploma seja válido no país e foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina.

No final de agosto, a primeira fase da prova do Revalida teve abstenção de 10,7%. Dos 1.772 inscritos, 190 não compareceram, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A prova foi aplicada em 10 cidades.

Veja a lista de instituições federais por região:
Norte
- Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
- Universidade Federal do Acre (UFAC)
- Universidade Federal de Roraima (UFRR)
- Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
- Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Nordeste
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
- Universidade Federal do Ceará (UFC)
- Universidade Federal do Piauí (UFPI)
- Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
- Universidade Federal da Bahia (UFBA)
- Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
- Universidade Federal de Sergipe (UFS)
- Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
- Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL)
- Universidade Estadual do Ceará (UECE)
- Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)

Centro-Oeste
- Fundação Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de Goiás (UFG)
- Universidade de Brasília (UNB)
- Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Sudeste
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
- Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
- Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
- Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
- Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
- Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)
- Universidade de Taubaté (UNITAU)

Sul
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS)
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Estadual de Londrina (UEL)
- Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
- Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Sobre o exame
Segundo informações divulgadas no site do Inep, o exame cobra habilidades e competências das cinco grandes áreas da medicina: cirurgia; medicina de família e comunidade; pediatria; ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Há níveis de desempenho esperados para as habilidades específicas de cada área.

O exame é aplicado em duas etapas: avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma prova discursiva. Numa segunda etapa, é realizada a avaliação de habilidades clínicas.

Pelo exame, enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.

Na edição de 2012, 884 pessoas de várias partes do mundo se inscreveram para o Revalida, e apenas 77 (menos de 9%) conseguiram a aprovação no exame. O Brasil respondeu pela grande maioria dos inscritos (560), mas apenas 7% dos candidatos foram aprovados. O país ficou na sexta colocação no ranking de índices de aprovação. Os países que obtiveram o maior êxito neste quesito foram Venezuela (27%) e Cuba (25%), apesar de o número absoluto de inscritos ter sido pequeno. Nenhum candidato com nacionalidade de países da Ásia, África ou América do Norte conseguiu passar na prova do MEC.

*G1

domingo, 1 de setembro de 2013

Decisão da Justiça pode viabilizar que formados na Bolívia ingressem no Mais Médicos



Uma decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região ampliou o acesso de profissionais formados no exterior ao programa Mais Médicos, do governo federal.

Liminar concedida pelo desembargador Antônio Souza Prudente garantiu a um grupo de médicos que moram no Brasil, mas se formaram em países excluídos dos programa, o direito de participar do programa.

As regras do Mais Médicos vedam a participação de profissionais formados em países que tenham índice de médico por mil habitante inferior ao do Brasil.

Essa é uma forma de evitar que países carentes de mão de obra nessa área percam profissionais.

No despacho, o desembargador Souza Prudente acata o argumento de que a norma não se aplica no caso em discussão porque "embora possuam formação no exterior, [os autores da ação] não exercem suas profissões nos respectivos países, razão por que não reduziriam, com a sua participação no aludido programa, o número de médicos naquelas nacionalidades".

Essa decisão pode abrir espaço para que candidatos formado em países como Bolívia e Colômbia se habilitem. Há vários outros pedidos semelhantes ao que obteve a liminar em discussão na Justiça. A estimativa é que 20 mil brasileiros estudem medicina na Bolívia atualmente.

QUALIFICAÇÃO

O presidente da AMB (Associação Médica do Brasil), Florentino Cardoso, alertou que o governo precisa ter cuidado com a importação de médicos formados no exterior porque "muitos brasileiros não passam em vestibular de medicina no Brasil e vão estudar em países com universidades privadas ruins, sem processo seletivo".

Segundo Cardoso, a associação defende o "direito de ir e vir" do médico, independentemente do país que ele tenha se formado. No entanto, ressalta que para exercer a medicina no Brasil ele seja submetido a provas que atestem a sua qualificação.

"Não incentivamos que médicos vindos de países onde a assistência à saúde seja pequena venha ao Brasil, mas defendemos que todos tenham o direito de ir e vir, que tenham liberdade para escolher migrar ou não. Mas que o diploma seja validado", afirmou Cardoso.

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